Mal Devenir
Aflitos estão, mergulhados n’ausência
dormindo no véu do sonhar nebuloso
guiando o viver na ilusão-reticência,
cativos, em vão, do torpor deleitoso;
As flores do alvor, em licor escarlate,
respingam sinais, menosprezam-nas, tolos…
Semblantes iguais do infeliz calafate
vedando, tão só, p’ra sorver desconsolos…
São eles os quais, pertencentes ao mundo,
respiram, fiéis, decadência vestal,
e vão sucumbir em valores, no fundo,
repletos de fel… no vazio imortal.
14 de janeiro de 2021
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